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domingo, 25 de setembro de 2011

Aniversário do Papi!

Hoje o papai completa 67 anos e só Deus sabe o quanto eu gostaria de estar lá nesse momento. Nossa família não tem o hábito de comemorar aniversário, então não é só pelo fato de o papai estar aniversariando que eu gostaria de estar presente, mas por ele me fazer falta diariamente.

Sei que é muito fácil dizer isso quando estamos longe, até porque a distância sempre faz com que nossos relacionamentos pareçam uma maravilha, quando sabemos que não é bem assim.

Bem sei que meu comportamento para com o papai não era dos mais exemplares, muito menos a minha falta de paciência ou o fato de sempre ser muito calada e não querer ficar conversando muito.

Lembro uma vez, no caminho para a academia, que o papai reclamou porque não me via empolgada com a minha profissão (tinha acabado de me formar e aguardava o estágio aqui na França), não falava sobre meus planos futuros, não conversava...

Acho que sempre tenho minhas ressalvas quanto a isso por ter medo de não dar certo tudo o que planejei, ou até porque também vivo mudando de plano, então acho que nem vale a pena comentar.

Em alguns momentos, tenho apenas medo de frustrar meus pais, de não ser tudo aquilo que eles pensam que sou ou de não ter a capacidade que eles acreditam que tenho.

O papai é uma das pessoas que mais amo no mundo e jamais gostaria de magoá-lo, mas sei que esse meu silêncio, além de deixá-lo preocupado ou ansioso quanto ao meu futuro, faz com que ele se sinta repelido por mim.

Nunca quis que ele pisasse em ovos comigo, mas por anos o nosso relacionamento foi dessa forma. E a culpa foi minha.

Por que é tão fácil ser simpática e amorosa com pessoas que mal conhecemos, ser paciente com alguém que nunca vimos antes, mas tão difícil fazer isso com quem amamos? Talvez seja por comodismo, vai ver eu sei que o papai nunca vai me fechar a porta na cara ou me negar um favor, independente da forma com que eu aja, e por isso eu seja assim, acomodada.

Já morei fora algumas vezes, mas aqui na França foi onde eu mais refleti sobre minhas atitudes com meus pais. Quando digo que gostaria de estar lá, não é apenas pelo aniversário do papai, mas porque queria estar em Fortaleza, com minha família. Queria dizer o quanto eu os amo, o quanto os admiro e o quanto gostaria de voltar no tempo e poder construir um relacionamento diferente.

Como eu queria sentar com o papai à mesa, durante o almoço, e perguntar como foi o movimento no posto, depois conversar sobre os meus planos, pedir a opinião dele...

Sei que tenho meus defeitos, que sou altamente impaciente, ansiosa e, o pior de tudo, calada, sei que não converso, não fico puxando muito assunto, mas gostaria de mudar e sei que posso ser uma filha diferente.

Quando chegar em casa em janeiro, quero sentar com o papai, contar pra ele meus planos, pedir sua opinião. Indo mais além, quero ser mais paciente, quero conseguir sorrir todas as vezes que ele me chamar para resolver um problema no computador; quero repetir o que disse quando ele não me escutar bem, mas sem metralhá-lo com os olhos; quero poder ser uma filha que ame o pai não de boca para fora, mas com ações e gestos simples do cotidiano.

Tudo o que quero e peço a Deus é para que consiga ser uma filha à altura do pai que eu tenho. Porque um homem que colocou a vida em segundo plano para viver pra esposa e pros filhos, merece muito mais do que eu, como filha, tenho oferecido.

Papi, eu não me canso de dizer que você é o melhor pai do mundo. Eu te amo muito e prometo que vou mudar e vou lutar pelo nosso relacionamento, que eu sei que é bom, mas poderia ser muito melhor se eu não tivesse cometido alguns erros.

Obrigada por sempre ter sido esse pai tão presente quando eu, através do meu silêncio, me fazia ausente.

Eu te amo muito, lindão! E você não sabe o quanto o seu abraço, o seu sorriso, aquela sua gargalhada gostosa e a segurança que você me transmite me fazem falta.

Pode preparar a mesa da sala em janeiro, porque é nela que organizaremos – juntos – os planos que tenho para o meu futuro!

Fica com Deus, lindão! E parabéns pelos 67 anos! Que o nosso maravilhoso Pai te conserve esse homem honesto, fiel, carinhoso e trabalhador. Como eu te amo, papi! E como sou feliz por saber que viveremos não apenas essa vida, mas toda a eternidade juntos!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Despedida. =//

Acabei de pegar o trem para Strasbourg. Até hoje fico impressionada com a pontualidade dos metrôs europeus! Bom, pelo menos nos que eu já estive, porque até agora não sofri tanto com atrasos.

Agora são 14h33 e escrevo do trem. Parei um pouco só pra ajudar um senhor a limpar a sujeira que ele acabou de fazer aqui dentro. Tadinho, ele trouxe comida pra comer na viagem e quando abriu o potinho de plástico com aqueles tomates bem redondinhos e pequeninhos, que vinha junto com umas bolinhas de queijo de búfala, o trem virou e o pote caiu no chão com tudo.

Ainda bem que ele não tinha aberto a garrafa de coca light ainda, se não teria derramado também, tendo em vista que ela caiu no chão. A sorte é que o potinho de plástico era só o aperitivo, porque depois ele tirou um baita sanduíche da bolsa. Sabe aquelas baguetes típicas francesas, com queijo de cabra, tomate e alface? Pois é, é isso mesmo o que ele está comendo agora enquanto escrevo.

Eu não estou sentada no lugar em que deveria, porque tem muita gente aqui no vagão, mas uma área dele, mais reservada, ficou vaga, então vim pra cá com minhas malas, porque não tinha mais espaço para elas no porta-malas.

Parece que todo mundo entendeu minha tática, porque fiquei em pé até o trem fechar as portas, assim poderia sentar numa cadeira que não tinha vaga. Foi só eu fazer isso que surgiram mais 5 pessoas. Ainda bem que aqui tem cadeira até dizer chega.

Como fiquei em pé e estava em frente à porta por onde os passageiros entravam, acabei “conhecendo” uma senhora, que estava com duas malas e não conseguia levantá-las, então fui ajudá-la e, por isso, acabei conversando com ela um pouco, o que me ajudou a esquecer por alguns instantes que a mamãe já não estava mais aqui comigo. Isso me fez bem.

O senhor acabou de levantar pra ir tomar café e pediu pra que eu vigiasse as coisas dele. Acho que a coca de 600 ml e o baguete não devem ter sido suficientes... hehe Ele é tão lindo! Bem gordinho, cabelo super branco e já é um senhor de idade mesmo.

Ontem fiquei acordada até tarde, porque não conseguia dormir, mas coloquei o despertador pra tocar mais tarde, às 9h. Só que não adiantou muito, porque às 7h já estava de pé. É difícil dormir quando estamos ansiosos ou um pouco tristes, como é o meu caso, pois sabia que teria que me despedir da mamãe hoje na hora do almoço.

Terminamos de arrumar todas as nossas malas hoje de manhã e entre esse tempo, descemos para tomar o café da manhã. Até lá tentei não ficar pensando na despedida, mas quando comecei a comer, não consegui segurar o choro, porque sabia que era nosso último café-da-manhã juntas esse ano.

Não quero parecer dramática, mas a gente começa a morar longe de casa tão cedo e passa tanto tempo sem ver nossos pais, que mesmo depois de já estarmos acostumados a ter nossa vidinha, quando os vemos novamente, mesmo que por alguns dias, nos lembramos do quanto é bom abraço de mãe, cuidado de pai e de quão especial é poder compartilhar momentos tão maravilhosos com pessoas que nós amamos verdadeiramente.

Bom, do café da manhã subimos novamente e continuamos a batalha com as malas. Tudo terminado, nos restou alguns minutos antes de fazermos o check-out, então aproveitamos para conversar e fizemos uma lista das coisas que devo preparar quando chegar ao restaurante, que inclui trabalho, família, alimentação... Mamãe me ajudou a listar todas essas atividades e isso vai me dar uma força extra pra conseguir cumprir todas as minhas metas.

Faltando pouco menos de 10 minutos para descer, nos sentamos na cama e oramos juntas. Que bom é poder orar com minha mãe e falarmos juntas com nosso Deus! Eu admiro muito a minha mãe pela mulher que ela se tornou e sei que isso foi conseqüência da sua busca incessante por seguir a Cristo e imitá-lo. Sei que devo fazer a mesma coisa, assim como Paulo fez e nos aconselhou a fazer, ao dizer que era um imitador de Cristo.

O check-out era às 12h, então descemos, entregamos a chave e ficamos esperando o transfer da mamãe chegar ao hotel. Nós fomos com motoristas diferentes, porque esse cobrava mais barato que os outros para ir ao aeroporto, já que ele levava outras pessoas para lá também.

Assim que ele chegou, expliquei que ela deveria ser deixada no Terminal 1, onde tem a TAM, e de frente para o portão 24. Disse logo também que ela não falava nada de inglês e nem francês, dessa forma ele teria um cuidado maior com ela.

E foi assim que nos despedimos, atrás do carro, depois que colocamos as malas dela na van. Como queria poder abraçar a mamãe de novo! Ela está no aeroporto agora, enquanto eu estou aqui no trem, já com saudades e querendo pegar o avião para voltar ao Brasil e rever também o papai!

Mas tudo bem, três meses passam rápido, não? E é só mais esse tempo que tenho aqui. Sei que vai dar tudo certo, que essa saudade está mais forte hoje, já que acabamos de nos despedir, mas amanhã já estarei melhor.

Sei que Deus vai me ajudar nessa última etapa e vou conseguir fazer um trabalho melhor no hotel, porque sei que não tenho dado o melhor de mim, apesar de estar me esforçando.

O meu maior medo era o tempo não passar rápido na Gare de L’Est, em Paris, onde pegaria o trem para Strasbourg, porque não estava com muita vontade de ler e tampouco usar o note. Como estava chorando, coloquei meus óculos escuros, assim ninguém via. Ainda bem que fui esperta e não coloquei maquiagem!

Deus, na sua infinita bondade, como de costume, me fez sentar em um banco que não tinha ninguém no momento, mas que minutos depois foi preenchido por um casal britânico super amável que começou a me fazer perguntas sobre o metrô e como tudo funcionava lá: validação de tíquetes, vagões, portões... Isso também me ajudou a ficar mais tranqüila e a não pensar tanto na despedida.

E no trem, Deus colocou esse senhor super fofo que derrubou os tomates no chão. Ele está sentado de frente pra mim (pena que ainda não voltou do café). Só em ter recebido o sorriso dele quando juntei os tomates e quando ele me pediu para vigiar as coisas dele, meu dia já melhorou em progressão geométrica também!

Olha só, né... Primeiro o casal britânico, depois a senhora com as malas e agora esse senhor com os tomates e o café. E todos eram senhores de idade, do jeito que eu adoro! Como Deus é maravilhoso comigo! Até pessoas desconhecidas são postas no meu caminho para melhorar o dia.

Bah, foi só falar nele (no senhor do trem) que ele chegou com um café “à emporter”. O cheiro tá maravilhoso, mas nem o cheiro da bebida me abre o apetite no momento, como geralmente ocorre.

Bom... São 15h13 agora. O trem só chega às 16h40 ou 16h50 em Strasbourg, não lembro exatamente o horário. Vou ver se coloco uma música e leio um pouco o livro que comprei sobre Da Vinci na casa dele.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feliz dia dos pais, papi!


Era pra eu ter escrito ontem sobre meu dia e, principalmente sobre uma pessoa muito especial para mim, mas acabei não usando a internet, por isso deixo para escrever hoje.

Ontem no hotel comentei com o Salim que era o dia dos pais no Brasil, pensei até em ligar para o papai, mas levando em consideração o fato de ele ter aposentado o telefone, não posso mais me comunicar com eles aos domingos, já que é o único dia que eles não trabalham (e é para o trabalho que eu ligo, já que lá a tecnologia chegou mais cedo, ou menos tarde, como preferirem hehehe).

Bueno, acredito que todas as pessoas já sabem o quanto amo minha família, o quanto sou apegada a ela e a importância que ela exerce na minha vida.

O papai é o tipo de pessoa que não mede esforços pelos filhos. Lembro que agora em junho, quando fraturei uma vértebra e mal podia trabalhar direito, ele me mandou um e-mail perguntando o que eu sentia, se não preferiria voltar para casa e fazer um tratamento, já que a vértebra fraturada só serviu para agravar um problema de nascença descoberto aqui. Ele disse que compraria as passagens sem nenhum problema e que ele estava lá para me ajudar.

No meu pai eu tenho um apoio que dificilmente uma filha encontra, um suporte e uma segurança que poucas pessoas conseguem sentir em relação à outra. A minha confiança no meu pai é tão grande que se eu tiver um problema aqui e não puder solucionar sozinha, a primeira pessoa que penso é nele, mesmo que esteja a milhas de distância.

Às vezes eu reclamava de como o papai era preocupado, de como ele vivia procurando coisa pra fazer e facilitar a minha vida, mas eu tenho certeza de que muitas pessoas gostariam de ter um pai assim, ao contrário de um que não dê a mínima para o que o filho faz, de a que horas ele chega em casa ou quais as notas dele no boletim da escola.

Morar longe me fez valorizar mais a minha família, ver o quanto eu reclamo sem motivos, perceber o quanto o meu pai é importante pra mim e o quanto eu fui abençoada por Deus em ser sua filha.

Eu sinto vergonha das vezes que gritei com o papai, das vezes que ele precisou de ajuda com o computador e eu descia impaciente para explicar como funcionava, dos momentos de orgulho quando ele falava e eu virava a cara, como se o que ele falasse já fosse muito fora de moda.

Meu pai já fez tanto por mim, mesmo eu não sendo uma das melhores filhas e fez tão pouco por ele, mesmo sendo o melhor pai do mundo... O papai não tira férias, ele mal viaja e a primeira vez que viajou para fora do país foi agora em maio, para visitar os filhos e as netinhas, ele não compra roupa cara, não muda de carro a cada ano e não faz questão de esbanjar dinheiro.

Enquanto ele poderia fazer tudo isso, viajar, trocar de carro, comprar roupas da última moda, ele pega todo esse dinheiro para me pagar a melhor escolha, a melhor faculdade, o melhor estágio, os melhores professores particulares, uma boa moradia... Ele me deixa comprar livros e viajar, fazer cursos de idiomas e aproveitar os momentos da minha vida da melhor forma possível.

No final das contas, o melhor pai do mundo faz sempre o melhor para o filho, mesmo este não agindo também como o melhor filho.

Os anos estão passando, o papai vai envelhecendo (mas tá cada vez mais gostoso, claro) e eu sinto que me distancio mais fisicamente dele. Faz tempo que não moro com meus pais, não os vejo envelhecendo, não conheço perfeitamente os problemas do dia-a-dia, o que eles enfrentam no trabalho...

Às vezes tenho medo de estar perdendo meus pais mesmo antes de realmente sermos separados nessa vida para nos encontrarmos na próxima. Às vezes tenho medo de pessoas que nem sequer são da família saberem mais sobre meus pais e o que eles passam do que eu mesma, já que estou sempre tão longe.

O que eu tenho mais medo é de no final ter me preocupado tanto em aproveitar a minha vida, fazer minhas viagens e conhecer novos lugares, que estarei familiarizada com tudo, menos com as pessoas que mais importam na minha vida.

Tudo o que eu queria dizer, era que eu amo o meu pai, o homem da minha vida, uma das pessoas mais importantes para mim.

Tudo o que sou hoje, tudo o que tenho e o conhecimento que adquiri, agradeço aos meus pais, por sempre terem colocado a mim e ao meu irmão como prioridades em suas vidas, por terem aberto mão de tantas coisas para que nós tivéssemos um futuro mais certo.

Antes disso, agradeço a Deus, por ter feito um pai tão maravilhoso quanto o meu e, ainda por cima, ter me dado a honra de poder ser a sua filha aqui na terra. Sei muito bem que se não fosse o nosso Deus, que nos guia e nos guarda sempre, não teria todas essas bênçãos.

Como já escrevi outra vez, o que me consola é saber que, mesmo se não tivermos muito tempo juntos aqui na terra, seja isso por questão de trabalho, viagem ou qualquer outro motivo, temos o mesmo Deus, somos servos, amigos e filhos do mesmo Pai Celestial e que, por isso, mesmo depois da morte, desfrutaremos toda a eternidade juntos.

Eu te amo, papi! E mal posso esperar pra descer as escadas estressada pra te explicar pela milésima vez como se salva um artigo no Word! Hehehe =D