Mais uma semaninha começando! (II)

A semana começou bem. Ontem trabalhei até um pouco antes das 23h30 e comecei hoje às 10h30.

O almoço de ontem teve 39 pessoas e o jantar, 51. Hoje foram 30 couverts e de noite vai ser 50 e alguma coisa também. Amanhã e domingo é que a coisa engrena, porque tanto pro almoço quanto pro jantar teremos 70 pessoas.

Tenho orado muito pra que Deus me abençoe no serviço e Ele tem me escutado. Não fiz nenhuma besteira.

Semana passada foi o aniversário da Fabi, ela é uma das senhoras que lava a louça no restaurante. Acho que ainda não comentei sobre ela aqui, o que me deixa realmente envergonhada, tendo em vista a importância dela no serviço pra mim.

A Fabi é super engraçada. Ela me lembra muito o vovô, porque vive reclamando, que nem ele fazia quando era vivo. E a reclamação é feita de uma forma tão linda, tão fofa, que não te resta fazer outra coisa, a não ser rir.

Ela não reclama de mim, é mais o pessoal da cozinha que leva os carões, porque eles colocam as coisas no lugar errado, aí ela começa a resmungar em alsaciano. É a coisa mais linda desse mundo! Sempre quando presencio essas cenas (já que levamos os pratos sujos pra lá e raspamos com a espátula antes de darmos a ela), começo a rir. O melhor de tudo é que ela começa a rir junto comigo, e isso faz com que eu me lembre ainda mais do vovô, porque ele também sempre acabava rindo.

Anyways, voltando ao assunto, semana passada foi o aniversário da Fabi, mas só fiquei sabendo no próprio dia, então pensei em comprar uma lembrancinha pra ela durante o final de semana (esse que acabou de passar).

Quando fui ao Auchan com a Yoshiko pra fazer as compras, comprei um presentinho pra ela, coisa simples, mas de coração. A Fabi adora tomar café, então dei pra ela uma caneca igual a minha, só que maior. Dentro da caneca coloquei um papel com um recadinho e embrulhei o presente.

Dei pra ela ontem, depois do serviço da manhã, já que essa semana ela trabalha de manhã. Acho que ela gostou da lembrancinha! Eu a abracei, algo que sempre queria fazer, mas não sabia se tinha a “permissão” pra isso ainda. O máximo que cheguei a fazer antes disso foi passar minha mão no cabelo dela e fazer um carinho.

Os serviços com a Fabi sempre me fazem bem, porque realmente dou risada, aquele riso bom mesmo, gostoso. A Fabi e a Sabine, outra senhora que trabalha lavando a louça, são duas pessoas que eu gosto muito e a quem tenho muito respeito.

Quando for ao hotel, vou sentir falta de trabalhar com a Fabi. Ainda bem que terei a Sabine, já que ela trabalha tanto no hotel quanto no restaurante.

Outra coisa legal que aconteceu ontem foi quando eu esperava pela primeira bandeja de aperitivos que iria ao salão. O chef estava lá com alguns papéis em cima da mesa onde ele faz o acabamento dos pratos. Junto desses papéis tinha um embrulhozinho com papéis coloridos e, em cima dele, um tsuru. Tsuru é um origami japonês que eu adoro fazer, porque é um dos mais bonitos que existe, em minha opinião.

Enfim, como eu estava lá, o chef olhou pra mim e perguntou se eu sabia o que era, então respondi que sim e disse que era um tsuru. Ele perguntou se eu sabia fazer, respondi mais uma vez que sim. Então ele pegou o tsuru já feito e os papeizinhos coloridos e disse que eu poderia fazer e ficar com eles.

Achei super legal da parte dele me dar os tsurus! Fiquei super feliz e fui direto perguntar pra Fabi se poderia guardar lá no lugar de trabalho dela, enquanto terminava o serviço.

Isso me deu um ânimo extra pra começar a semana. Fiquei muito feliz pelos tsurus!

Ontem à noite, quando fui dormir, agradeci tanto a Deus pelo dia, pelo quanto Ele tem me ajudado aqui, pela forma com que ele tem cuidado de mim... Como Deus é bondoso com os que o seguem e o amam, como Ele é fiel!

Hoje, quando acordei, fui direto esquentar meu cafezinho, como de costume, agora que estou morando numa casa, coloquei minha roupa de trabalho e fiz meu devocional. Estou terminando Mateus – comecei a ler o Novo Testamento depois que terminei de ler todo o livro de Salmos.

O serviço da manhã de hoje foi tranqüilo também. Fiz bem o meu trabalho, até porque com menos pessoas almoçando, fica mais fácil fazer um serviço realmente bom. Quando tem muita gente pra comer, sempre tem aquela hora de pico, onde várias bandejas já estão com os pratos prontos pra sair e fica aquele entra e sai de funcionário carregando tudo pro salão.

A nossa dificuldade é que nesses momentos de pico não conseguimos dar conta de tudo e certos pratos demoram mais pra sair, já que geralmente são quatro porteurs (pessoas que portam as bandejas) para todas as bandejas.

Espero que ocorra tudo bem no serviço amanhã, porque com 70 couverts sempre fica mais difícil fazer um trabalho realmente bom, principalmente quando começo a ficar meio nervosa... O que sempre me tranquiliza é que paro pra pensar e vejo o quanto sou tola ao me amedrontar sabendo que tenho um Deus que nunca me desampara.

Agora são 17h25. Quando der 18h15 eu saio de casa para ir ao restaurante, assim dá tempo de colocar a minha sandália e postar esse texto.

Nesse exato momento, enquanto escrevo na sala, o Armand e o Kriba estão aqui assistindo a um jogo de tênis entre o Nadal e Andy Murray (acho que é assim que se escreve). O Alejandro também tava aqui até pouco tempo – faz 10 minutos que ele saiu pra ir pro trabalho.

O Mathieu, que mora aqui, foi fazer compras no Auchan, porque ele trabalha das 6h até 17h, mais ou menos. Ele é o que começa mais cedo de todos nós, já que de manhã ele trabalha no café-da-manhã do hotel e lá pras 11h15, 11h25, ele chega no restaurante pra trabalhar lá.

Bom, vou ficando por aqui. Depois posto sobre os planos para esse final de semana, que talvez passe aqui de novo e os planos para o decorrer do mês de julho e agosto: Rota dos Vinhos na Alsácia!

Até mais! Bom restante de dia a todos e bom segundo turno de trabalho pra mim!