quarta-feira, 30 de março de 2011

Folga, pedaladas, croissants e nova planilha de corrida!

Esse final de semana foi simplesmente maravilhoso! Passei os dois dias andando de bicicleta de um lado pro outro, pra cima e pra baixo!

Croissants na prefeitura!
Na terça-feira, fui com a Luci na boulangerie comprar uns croissants pra comermos. Assim que saímos de lá, sentamos no sol, em frente à prefeitura de Baerenthal, e devoramos nossos croissants enquanto conversávamos um pouco.

Depois de termos nossas baterias recarregadas, voltamos a pé pro restaurante ao meio dia, colocamos nossas roupas pra lavar e pela tarde saí com a Gio pra pedalar um pouco. Essa foi a primeira vez que pedalamos e agora já não quero outra vida! A paisagem é simplesmente fantástica e todos os locais por onde pedalamos eram completamente mágicos!

Quando fomos hoje à cidade vizinha, conversamos um pouco com o prefeito, que nos deu umas dicas de lugares para conhecermos, como um castelo que agora é utilizado para apresentações teatrais e um museu contando toda a história da região.

Só na pedalada!
Pela tarde fomos de novo pedalar, mas, dessa vez, por Baerenthal. Descobrimos uns bons lugares pra conhecer por lá também, como as ruínas de um outro castelo, a biblioteca municipal e o étang que já mencionei antes aqui no blog. Como estava chovendo e já eram 18h, resolvemos voltar, já planejando todo o nosso itinerário para o próximo fim de semana.

Nossas bicicletas terão um longo trabalho pela frente e nossas pernas, que ficarão torneadas, agradecem!!

Anyways, para finalizar, como já falei antes, tenho intervalo geralmente entre 13h30 e 16h, então peguei uma planilha de corrida para seguir durante 12 semanas (3 meses). Agora é esperar pra ver se conseguirei fazer essa planilha direitinho mesmo com a correria toda no trabalho!

Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Salmos 139:14

Mais uma semana de trabalho!

Mais uma semana de trabalho passou – e voando. É incrível como o tempo aqui passa rápido: mal começa a semana de trabalho e ela já tá acabando.

Essa semana trabalhei ainda mais que a outra, com folga geralmente entre 13h30 e 16h. Algumas vezes trabalhava até meia-noite e no último dia da semana de trabalho (segunda-feira), trabalhei até as 2h da manhã!

Às vezes me passa pela mente que eu não sabia que tinha essa força toda pra trabalhar, normalmente eu me perguntaria de onde tiro tanto ânimo pra ficar horas e horas em pé, andando o tempo todo e pegando um peso com a bandeja que antes eu nem sonhava que pegaria.

O trabalho realmente não é leve, pelo contrário, o fardo é bem pesado, mas eu sei de onde tenho conseguido toda essa força pra trabalhar: Deus. Ele tem me dado um suporte diário que me mantém viva e cheia de energia. Nos momentos em que fico mais cansada, lembro de como Davi rogava a Deus por ajuda e livramento em Salmos e tudo o que faço é pedir a mesma coisa a Ele – e Ele me socorre.

Trabalhar em restaurante é maravilhoso, desde o arrumar do salão – colocar as toalhas na mesa, enfeitá-las com os arranjos, organizar os guardanapos, aspirar o chão e deixar as cortinhas perfeitamente retas – até o ato de servir os clientes com um prato perfeitamente elaborado e um sorriso no rosto é algo que não tem como explicar em palavras. Só quem trabalha na área e vê o encantamento nos olhos dos clientes sabe do que estou falando.

Nesse meu intervalo de 13h30 às 16h, geralmente descanso um pouco ou saio pra caminhar até a vila. Andar por aqui é muito bom, porque é rodeado por natureza e é bem tranqüilo. Nessa semana fiz isso três vezes: coloquei meus tênis, peguei meu mp4 e fui andar, pensar um pouco, orar e agradecer a Deus por todas as maravilhas que Ele tem feito na minha vida.

Uma música tem se encaixado perfeitamente com a experiência que tenho tido aqui na França: Desejo do meu Coração, do Toque no Altar. Uma parte da música fala assim:

“Tu cumprirás o desejo do meu coração
Se eu te buscar
É impossível alguém estar perto de Ti
E tuas bençãos não ter”

Quanto mais eu busco a Deus, quanto mais me aproximo dEle, mais eu sinto a Sua proteção sobre mim e o cuidado que tem tido comigo, me protegendo de todo mal, de qualquer erro, doença ou qualquer outra coisa que atrapalhe o meu trabalho aqui e o decorrer do meu estágio.

É muito bom dormir diariamente sabendo que Deus está aqui comigo me dando a força que eu não ouso questionar de onde vem, porque sei bem que vem do Altíssimo.

Ótimo restante de semana para todos e começo de semana para mim!

Que Deus continue nos abençoando grandemente como tem feito até agora e, antes disso, que continuemos seguindo seus passos e sendo fiéis a Ele e honrando seu nome em tudo o que fazemos!

sábado, 26 de março de 2011

2º FDS: picnic, compras, tortas e foot! xD

Todos os dias aqui em Baerenthal são ótimos, não importa se é weekend ou dia de trabalho. Nesse último fim de semana (22 e 23 de março), fizemos nossas compras no supermercado Auchan, fomos jogar futebol, fizemos picnic e comemos uma torta de banana simplesmente deliciosa!

O dia começou às 7h, quando eu e Luci não conseguimos mais dormir por causa dos raios solares que passavam pela nossa janela, já que não temos cortina. De qualquer forma, eu sempre me acordo muito mais bem humorada quando é o sol que me faz despertar e não o barulho do despertador.

Joguinho básico das terças!
Enfim, fomos todas pro futebol com o Michel, um dos chefes do restaurante. Chegando lá, nos encontramos com o restante da turma e fizemos os jogos de sempre. Depois de muito correr, todo mundo se reuniu pra comer uns croissants deliciosos e um cafézinho divino!

Quando chegamos em casa, limpamos nosso quarto e passamos aspirador. Foi o tempo justinho pra a Yoshiko - sommelier do restaurante, ela é japonesa - nos levar, depois, pro supermercado e fazermos algumas comprinhas pra semana.

De noite fomos para o único pub que existe na cidade, ficamos um bom tempo lá e levei um joguinho que ajugou muito a mim e a Luci a aprendermos o francês: puxa conversa. Foi um sucesso na mesa! Enfim, pra ter noção de como a cidade é "agitada", só tinha a nossa turma lá, que era o suficiente pra ocupar uma única mesa. hehe Mas foi muito bom poder ficar com a turma lá e treinar um pouco mais do francês.
                                 

Domingo, quer dizer, quarta-feira, era o dia do picnic, então eu e Luci fomos a pé até a cidade (45min ida e 45min volta) pra comprarmos duas baguetes e alguns croissants (compramos três de amêndoas, três de chocolate e três originais). Como a fome tava batendo um pouco, pegamos dois minicroissants pra ir comendo no caminho e acabamos ganhando outro de graça da dona da boulangerie, que foi super simpática conosco. xD
Eu, as baguetes e o croissant!

Voltando pro restaurante, a Luci preparou o Chima, eu fui organizar as coisas com a Gabi, nos encontramos com o pessoal e dissemos onde seria. Já que havíamos sido agraciadas com um sol maravilhoso, ficamos todos deitados na grama e conversando por longas e deliciosas horas!

Todo mundo se reunindo pro picnic!
O domingo não tinha como ser melhor do que já estava, mas a Gabi conseguiu deixá-lo ainda melhor e mais doce ao preparar uma torta de banana super gostosa que eu, ela, Luci, Yoshiko e Jean (namorado da Yoshiko) devoramos na mesma hora em que ficou pronta!

Tortinha maravilhosa!
Com dois dias desses, tem como não estar preparada para a semana de trabalho??

terça-feira, 22 de março de 2011

Síntese da Semana

Pra semana terminar com chave de ouro, trabalhei das 9h às 12h50 e das 16h à 0h50. Isso mesmo, doze horas e quarenta minutos em pé, andando de um lado para o outro, subindo e descendo escadas, aspirando sala, dobrando guardanapo e preparando mesas; carregando bandejas com pratos altamente sofisticados, copos caríssimos e taças finíssimas.

Eu não tenho palavras pra agradecer a Deus pela bondade que ele tem tido comigo. Deus tem me dado forças que eu nunca pensei antes que teria, e uma desenvoltura no salão que pra mim era algo completamente fora da realidade.

Quando estudava na Castelli e tinha que fazer estágio nos finais de semana, ficava torcendo pra passar o dia todo lavando louça e não ter que carregar nada pra cliente algum. Só de pensar que isso poderia acontecer, já imaginava todas as catástrofes possíveis, como derrubar bandeja com todos os pratos, derramar café no cliente, anotar pedido errado...

Anyways, isso não tem acontecido aqui. Pelo contrário, mesmo com a dificuldade do idioma, vou pra cozinha, pego as bandejas e levo pro cliente. O maior problema aí é conseguir entender o número da mesa, porque quando o prato tá pronto, o chef ou os outros cozinheiros gritam “service, s’il vous plaît”, aí um de nós do salão vai à cozinha e fala oui!”, então quem chamou pelo serviço fala o número da mesa.

Os números em si não são o problema, mas o que me dificulta é que tem mesa 3, mesa 3A; mesa 9, mesa 9A... E eu nem sempre sei se eles falaram o A no final ou não, porque é tudo muito rápido.

Quando não tenho certeza se ouvi correto, vejo a quantidade de pratos na bandeja, porque geralmente o número de pessoas nessas mesas é diferente, então se tem dois pratos na bandeja, é óbvio que eu não vou pra mesa que tem quatro pessoas, por exemplo.

Antes do serviço, também ajudo na mise en place. 9h já começo retirando as flores brancas dos vidros que enfeitam a mesa, coloco os ronds nos guardanapos, passo ferro nas toalhas de mesa (e tô passando muito bem, modéstia à parte), organizo o local onde o personnel almoça, passo aspirador em todo o salão do restaurante e na sala de espera, desço pra dobrar guardanapo e mais algumas (várias) outras coisas.

A parte de ir dobrar guardanapos na lavanderia é uma atividade que eu gosto muito porque sempre aproveito que estou sozinha pra ficar orando. É um momento a mais que tenho com Deus pra continuar agradecendo por todas as maravilhas que Ele tem feito na minha vida e pedindo pra que Ele continue ao meu lado, me ajudando no serviço e a compreender o que as pessoas (principalmente o chef) falam.

Todo mundo que trabalha no restaurante tem sido de uma empatia enorme comigo. Sempre estão dispostos a me ajudar, puxam assunto comigo e perguntam se estou bem, se não tenho saudade da família ou se não é muito difícil ficar tanto tempo longe de casa. Já até fazem algumas brincadeiras comigo e, pra completar, ainda fazem uma comidinha especial pra mim por ser vegetariana. Tem como alguém não se sentir bem num lugar assim? Não tem como! É simplesmente impossível!!

Continuem orando por mim e pedindo a Deus pra que tudo continue saindo nos conformes.

“Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do SENHOR na terra dos viventes.” Salmos 27:13

Obrigada, Senhor, porque tenho visto constantemente a tua bondade para comigo!

***

PS: Só ontem eu comi chocolate de caramelo, chocolate de café, chocolate de arroz, biscoitinho, baguete, um doce alsaciano que é simplesmente perfeito (o nome é em alemão e não sei escrever), metade de uma caixinha de pretzel e ainda rachei uma torta de maçã com a Luci às 2h30 da manhã de hoje. Fui me pesar assim que acordei, às 7h, e adivinha? 60kg! Ah, como é bom trabalhar! A gente come um monte de besteira e ainda consegue emagrecer! hahaha

sábado, 19 de março de 2011

Primeiro Fim de Semana!

Terças e quartas tanto o restaurante quanto o hotel fecham, então o pessoal que trabalha aqui chama esses dois dias de final de semana.

Fingindo que jogo!
Bom, depois dessa explicaçãozinha, posso falar do meu primeiro “final de semana” em Baerenthal. Toda terça é dia de futebol pro pessoal do trabalho, então o Julien ficou de nos pegar aqui no restaurante às 9h para jogarmos bola.

Chegando lá, brincamos um pouco só tocando a bola, depois de “bobo” e quando todo mundo chegou foi que finalmente jogamos futebol. Eu, claro, não contava, né? Porque, enfim, eu jogando bola sou um zero à esquerda.



O Futebol acabou lá pra umas 11h30, aí o Julien nos deixou em “casa” e nós quatro (Gabia, Gio, Luci e eu) fomos preparar nosso almoço, porque às 14h o Julien viria nos pegar novamente para nos levar à prefeitura da cidade pra preencher uma papelada e depois irmos ao supermercado, que fica em outra vila, porque aqui não tem.

Fim de jogo!
Nós almoçamos uma sopa deliciosa com batatas, mas, antes disso, cada uma das quatro brasileiras se deliciou com um delicioso chimarrão preparado pela Luci. Ela trouxe todos os apetrechos lá do Brasil!

Só no chima!
Depois disso, rapidinho deu 14h e fomos à prefeitura, preenchemos algumas papeladas que precisávamos e também nos avisaram quais outras coisas precisaríamos trazer. No meu caso, tinha que levar no próximo final de semana (terça-feira) cinco fotos 3x4.

Na prefeitura!
Quando chegamos no supermercado, bem na entrada dele tinha aquelas maquininhas de tirar fotos como no filme da Amelie Poulain. Quem já assistiu a esse filme sabe do que estou falando. Foi a primeira vez que vi essa máquina na minha vida!

Anyways, batemos as fotos, fizemos nossas compras e voltamos pra casa. Chegando aqui, a farra não acabou. Precisávamos dar um jeito na bagunça que era o nosso quarto. Depois de varrer, aspirar, passar lustra-móvel e analisar qual o melhor lugar pra casa móvel, finalmente deixamos o quarto com um aspecto mais agradável, como se fosse nossa casa. Na verdade, não consigo nem chamar o quarto de "meu quarto", mas de "minha casa", porque aqui dentro tem tudo o que eu preciso. É o meu "mundinho", digamos assim.

Só no faxinão!
Nosso "domingo" (quarta-feira) foi maravilhoso. Primeiro porque nos acordamos num quarto sem bagunças, segundo porque a vista do nosso quarto é simplesmente perfeita e, terceiro, porque fomos a pé até a cidade!

Eu e Luci passamos a manhã toda no quarto. Assim que acordei, fiz meu devocional e li um pouco, aí a Gabi e a Gio chegaram (elas moram na casa dos estudantes e lá não tem internet). Nós quatro ficamos um pouco na internet, conversamos um bocadinho e fomos almoçar o restinho da sopa e um arroz com um molho simplesmente delicioso!!

No caminho pra cidade!
Depois do almoço estávamos prontas para nossa odisséia até a cidade. Peguei meu pedômetro, colocamos nossas roupas de frio e andamos. Deu cerca de uma hora a pé, mas, como paramos para bater foto, então a caminhada deve sair em torno de 45 minutos pra 50.

Chegando lá, fomos direto no correio para deixarmos alguns postais, andamos um pouco pela cidade até encontrarmos uma revistaria onde compramos uns envelopes e também aproveitei pra comprar palavra cruzada e caça-palavras do nível mais fácil pra treinar meu francês.

Quando voltamos pra casa (o restaurante), adivinha a surpresa que tivemos?? Uma torta de maçã nos aguardava! Como a Gabi não foi conosco à cidade, ela já tinha provado, mas nós três devoramos a torta (calma, não a torta toda, a parte que havia pra gente). Uma coisa que eu adoro aqui na França é que a sobremesa não é muito açucarada, então ela não é enjoativa. No Brasil tudo é tão cheio de açúcar que a gente dá uma garfada numa torta de já passa mal!

Torta de maçã! Yummiii!


Bom, depois de uma torta dessas, ficamos revigoradas para lavar nossas roupas e, cansadas, irmos direto pro banho e, em seguida, dormir!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Primeiro Dia de Estágio

A Luci começava a trabalhar hoje às 9h, mas às 10h eu e Gio também deveríamos ir ao restaurante para nos encontrarmos com o Chef, porque ele ia nos apresentar tanto o hotel quanto o restaurante.

Acordamos às 8h, nos arrumamos e descemos. Eram 8h50 quando abrimos a porta da cozinha e ainda estava tudo escuro, porque as pessoas só chegam a partir das 9h, então ficamos lendo os papéis que estavam no mural que falavam sobre carga horária, higienização no trabalho, feriados e algumas outras informações.

Quando deu 9h e a Luci foi trabalhar, subi pro nosso quarto e fiquei esperando dar 10h pra descer, mas a Gio apareceu aqui 9h45, então aproveitamos pra descer logo e ficar esperando por perto.

Enquanto esperávamos, o Chef apareceu e disse que infelizmente não poderia nos apresentar o hotel naquela hora porque tinha que fazer compras pro restaurante, mas que às 15h nos levaria para o tour. Ali mesmo também fiquei sabendo que quem trabalharia no restaurante pelos próximos cinco meses seria eu e não a Luci, como haviam nos informado ontem, então trocamos de lugar e passei o resto do dia no salão do restaurante.

Chegando no salão, conheci a Madame Christelle, que é a Maître do restaurante. Ela se apresentou e me passou meu primeiro serviço, que era fazer o coin em todas as toalhas das mesas. Ela foi super simpática e me ensinou como se fazia. Depois que terminei a tarefa, perguntei pra ela o que mais poderia fazer, foi quando chegou o Jonathan, que é o garçom do hotel, e a Christelle o deixou encarregado de me ensinar o restante do serviço que deveríamos fazer.

Nós ajeitamos as cortinas, que devem ficar rente à madeira das janelas, e acomodamos a parte que toca o chão de modo uniforme, para ficar esteticamente aceitável; varremos a parte de fora do restaurante; espanamos a areia que serve de decoração na sala de espera para que ficasse toda nivelada; deixamos as cadeiras da sala de espera próximos de suas mesas como deve ser e cuidamos que todas elas estivessem na mesma distância, porque uma não pode ficar mais à frente que a outra; e algumas tarefas mais.

Quando deu meio-dia, fomos almoçar. A turma do serviço (que é a turma do salão) almoça no próprio salão, já a turma da cozinha almoça num refeitório que tem saindo pela cozinha e descendo as escadas.

Quando fomos pegar nosso almoço lá na cozinha, perceberam que não tinha pegado peixe, foi quando me perguntaram se eu não gostava ou não comia. Ainda não tinha dito que era vegetariana, mas como não queria que eles pensassem que não estava comendo a carne deles por pirraça, resolvi explicar que era vegetariana.

Eles foram super atenciosos e até cortaram um tomate pra mim. Comi junto com arroz, uma verdura que tinha lá no almoço e comi também um doce que é uma iguaria Alsaciana. O nome é bem complicado de escrever, mas quando bater uma foto desse doce (na verdade é um pão doce) postarei aqui pra todo mundo ver.

Esse pãozinho Alsaciano é realmente uma delícia e espero encontrar mais dele nesse tempo que estiver aqui! Hehe

Almoçamos todos juntos no salão e consegui me comunicar com o pessoal, até. Meu francês ainda não é dos melhores, mas vai começar a engrenar. Estávamos em seis: Christelle, Jonathan (garçom), Serge, Tiffanie (commie), Valer (sommelier) e eu.

Quando terminei meu almoço, estava livre para ir pro meu quarto ou fazer qualquer outra coisa que quisesse, porque meu horário é das 9h às 12h e das 16h às 20h, mas resolvi ficar um pouquinho mais no salão, só observando mesmo, para ver como tudo funcionava.

Mapa das mesas.
Fiquei com o Serge, que é o senhor responsável por receber os clientes que chegam e levá-los até suas mesas. O Serge é super atencioso e todo mundo gosta dele. Ele me explicou como organizava a lista dos clientes e mostrou que para cada linha, poderia encontrar até seis informações, tais como o nome do cliente, quantidade de pessoas e o número da mesa.

Depois ele fez um mapinha do salão pra mim e mostrou o número de cada mesa, para que eu decorasse depois. Guardei de lembrança! Depois que o vi recebendo alguns clientes e observei também como os garçons e commies se portavam durante o almoço, subi para o meu quarto e descansei um pouco até dar 15h para ir conhecer o hotel e o restaurante junto com as meninas e o Chef.

Quando deu o horário, descemos para fazer o tour com o Chef. Já tinha conhecido todo o restaurante e a cozinha, mas ainda não tinha ido ao hotel. Ele é simplesmente perfeito e vale a pena cada euro pago ali! O Hotel é impecável e tem um estilo diferente de todos os que eu já vi. Respira-se luxo no lugar, mas é um luxo clean, perfeito, e com decorações que lembram a natureza e meio-ambiente.

Tour com o Chef
Todos os quartos são rodeados de vidro que vão do chão ao teto, então o hóspede, quando vai dormir, pode deixar as cortinas abertas e se sentir como se estivesse dormindo na floresta. É tudo perfeitamente bem cuidado e cada quarto tem o nome de uma especiaria.

Cheguei no trabalho às 16h30 e fui logo aspirando o chão do salão, que é coberto por carpete. Logo em seguida, fui passando o ferro nas toalhas das mesas para que o vinco não ficasse aparecendo para o cliente, porque não fica bonito. Depois fiz o coin de cada toalha; fui pra lavanderia e dobrei os guardanapos; coloquei as velas dentro dos vidros que ficam em cima das mesas e mais algumas outras tarefas.

Quando deu a hora de jantar, fizeram uns legumes pra mim. Foi muito legal da parte do pessoal da cozinha fazer isso, porque não era o planejado. O jantar foi servido às 18h e no horário da noite a Christelle não trabalha. O Maître é um rapaz chamado Patrick.

Anyways, quando começou o trabalho, pensei que fosse ficar mais observando mesmo, mas já comecei a trabalhar: levei comida, carreguei prato, coloquei bandeja no lugar, recolhi refeição... Gostei muito do trabalho! O tempo passa super rápido, porque não paramos um minuto sequer. Tem sempre um prato pra levar, algum material pra carregar até a cozinha...

No início fiquei um pouco nervosa, porque tudo é novidade e eu tenho muito medo de fazer algo errado, mas depois a gente vai pegando mais confiança e começa a fazer o trabalho direitinho. Claro que eu cometi algumas (várias) mancadas, mas no decorrer do trabalho a gente vai aprendendo. Uma coisa que gostei muito é que eles corrigem meus erros logo de cara, não esperam pra corrigir depois, então eu já não cometo o mesmo erro de novo.

Outro ponto forte disso é que eles podem acabar esquecendo de corrigir algum erro meu se deixar pra depois, então corrigindo na hora fica mais garantido que não cometerei o mesmo erro.

Fiquei super feliz também porque lembrei o número das mesas. Foi uma maravilha o Serge ter feito aquele mapinha pra mim. Parece até que ele tava adivinhando que eu ia precisar! Ele também tinha me ensinado como carregar a bandeja na parte da manhã, então isso também me ajudou a noite.

Anyways, o tempo passou tão rápido que quando menos esperei, já tinha dado 22h30. Quando cheguei no quarto, a Luci já estava lá, então conversamos sobre o nosso dia e o que cada uma fez, tomamos nosso banho e nos preparamos para dormir.

Depois de um tempinho, a Gabi apareceu aqui, porque o trabalho dela tinha terminado, daí batemos um bom papo, foi super legal! Quando foi um pouco mais tarde, os dois meninos do salão também apareceram no quarto pra falar sobre o jogo de futebol que teria amanhã (terça-feira).

Assim que todo mundo foi embora, nos deitamos e só pensávamos em fazer logo a faxina no nosso quarto no dia seguinte!!

Não tenho palavras pra agradecer a Deus por sua infinita bondade para comigo.

“Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no SENHOR.” Salmos 31:24

segunda-feira, 14 de março de 2011

Chegando em Baerenthal!

Chegamos ontem em Niederbronn pontualmente às 15h58. Assim que descemos do trem, o Michel, segundo-chefe do restaurante, já estava nos esperando. Ele se apresentou, nos levou até o carro, guardou todas as nossas bagagens e foi rumo a Baerenthal.

A Gio também já estava em Niederbronn quando chegamos. Ela foi na frente do carro, enquanto eu e Luci fomos atrás. Minha mala pequena e uma caixa amarela ficaram entre mim e Luci, mas, mesmo assim, nós pegamos as mãos uma da outra e demos graças a Deus por termos conseguido pegar o trem, por estarmos chegando no nosso hotel e, principalmente, por não estarmos sozinhas.

O Michel deu uma volta por Baerenthal para mostrar a cidade. Eu já sabia praticamente de todos os lugares, por conta do site da prefeitura que vivo fuçando, mas é completamente diferente vermos a cidade por fotos e vê-la pessoalmente.

A Igreja Luterana é linda e espero ter a oportunidade de ir até lá na terça ou na quarta para ver o horário de funcionamento. Eu e Luci também nos programamos para ir caminhando até a cidade – o hotel fica na cidade, mas é mais afastado e separado por uma floresta –, para conhecermos o caminho (que tem cerca de 4km) e apreciar a vista.

No carro mesmo o Michel já nos informou onde íamos dormir: a Gio na casa dos estagiários e eu e Luci no restaurante. Nós adoramos a notícia, porque aqui tem internet sem fio, então podemos sempre mandar um recadinho para os familiares e amigos quando quisermos.

O Michel foi deixar a Gio na casa dos estagiários, onde encontramos a Gabi, uma brasileira que já tá terminando o estágio dela aqui na França. Ela chegou em junho do ano passado e volta no próximo mês. A Gabi tem sido uma verdadeira hospitaleira, sempre nos ajudando em tudo que precisamos e tirando qualquer dúvida que surge.

Depois que deixamos a Gio, fomos direto ao hotel. No caminho, o Michel disse que não sabia quem ia começar no hotel e quem iria para o restaurante, mas que iríamos saber ainda no mesmo dia. Também disse que toda quarta o hotel se reúne pra jogar futebol e perguntou se nós gostávamos. Praticamente todo mundo aqui pergunta se a gente gosta de jogar futebol, aí se eu digo que não sei jogar, mas gosto de assistir, eles falam: “Como pode ser isso? Você é brasileira!”. É engraçado!

Nosso primeiro cafezinho em Baerenthal!
Bueno, ao chegamos no hotel, quer dizer, no restaurante, o Michel perguntou se estávamos com sede e se queríamos água, falei que não estava, mas aí ele ofereceu café e simplesmente não pude recusar, principalmente sendo um expresso! Logo em seguida, junto com nossos expressos, fomos levadas até nosso quarto e informadas que às 18h desceríamos para que nos apresentassem o l’Arnsbourg (nome do restaurante). Bati uma foto nosso no quarto bebendo nosso primeiro expresso na França!

No intervalo que tivemos entre a hora que chegamos e as 18h, ligamos nossos notebooks e esvaziamos algumas coisas da mala, mas não tudo, porque precisamos organizar e limpar nosso quarto primeiro antes de guardar nossas coisas no armário.

Aqui no quarto tem várias cadeiras de restaurante que ocupam muito espaço, mas vamos fazê-las tornarem úteis para alguma coisa fora isso! Tem também uma mesa quadrada de pernas curtinhas que vou usar para ler meus livros, estudar e fazer meu devocional.

O quarto é muito bom mesmo, é grande, aconchegante e tem calefação, mas vai ficar ainda mais perfeito quando fizermos a faxina e dermos o nosso toque feminino nele!
Quando descemos pra cozinha, às 18h, a Gabi nos apresentou o pessoal da gastronomia e explicou qual era a função de cada um e como a cozinha era divida. Logo em seguida fomos jantar. Foi servido lingüiça, carne de pato, batata e pão com bacon. Como não como carne, peguei a batata e o pão com bacon (a Luci pegou todo o bacon de cima do pão hehe). Eu nunca comi uma batata tão deliciosa na minha vida!!

Quando já era um pouco mais tarde e já estávamos de volta ao nosso quarto (junto com a Gio que queria usar a internet), a Gabi veio nos informar que eu trabalharia a partir de quinta e a Luci já na terça (hoje), às 9h; e que eu ficaria no hotel, enquanto a Luci, no restaurante.

Hoje, de qualquer forma, eu tinha que estar às 10h com a Gio (que só começa o trabalho na quinta-feira) no restaurante, porque o Chef Klein ia nos mostrar o hotel.

Nosso domingo terminou tranqüilo, conversando com nossas mães na internet, batendo um papo entre a gente aqui no quarto, falando nossos planos pro futuro, dentre várias outras coisas.


“O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com paz.” Salmos 29:11

“SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre.” Salmos 30:12b

“Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo.” Salmos 31:16

domingo, 13 de março de 2011

Indo para Niederbronn - Parte II

O texto a seguir foi escrito às 15h03 no trem que nos levou a Niederbronn.



Faz exatamente 5 minutos que pegamos o outro trem. Chegamos pontualmente às 14h45 em Strasbourg. Quando deu 14h30, desliguei meu note, coloquei na minha mochila e já fui pondo o cachecol e o casaco em mim, porque teríamos apenas 13 minutos para sair do trem que estávamos e pegar esse para Niederbronn.

Fiquei um pouco preocupada porque nesses 13 minutos teríamos que tirar nossas malas do bagageiro, procurar o portão onde embarcaríamos para Niederbronn e ir até ele com nossas malas. Assim que o trem parou, eu e Luci descemos com nossas mochilas e com uma de nossas malas. As outras duas estavam no bagageiro e tínhamos que esperar todo mundo sair de lá para subirmos de novo e pegá-las.

Ficou acordado que quando todo mundo saísse, eu subiria para pegar as malas e entregá-las pra Luci nas escadinhas do trem. A gente sabe delegar bem as tarefas! O bom é que acaba poupando tempo.

Anyways, nessa brincadeirinha de esperar todo mundo sair e pegar as malas, perdemos cinco minutos. Saímos correndo com as malas atrás de informações, mas não tinha monitores por onde desembarcamos. Felizmente, do outro lado da estação, tinha um senhor que trabalhava lá, então perguntamos para ele onde era o portão para nosso trem.

Ele informou que era o 33 e que, para isso, teríamos que pegar a escada rolante, descer um andar, irmos à esquerda e depois à esquerda novamente, onde encontraríamos outra escada rolante. Quando ele viu nossa cara de desespero e o tamanho das malas, disse que também dava pra pegar o ascensor. A única coisa que mudaria, no caso, seria que quando descêssemos, pegaríamos o lado direito e depois o esquerdo.

Fizemos isso, fomos pro ascensor, mas já tinha um cara lá dentro com umas malas, então não pudemos entrar. Assim que ele subiu de novo, entramos jogando tudo e torcendo pra que desse tempo pegarmos o trem, porque faltava pouco menos de 4 minutos para sair.

No instante em que as portas se abriram, saímos correndo, fazendo tudo do jeito que o senhor havia informado e demos de cara com a escada rolante. O problema é que ela era um pouco estreita e nossas malas um tanto gordinhas. Fui colocar a primeira mala e ela caiu na escada, porque o freio quebrou, só que a Luci conseguiu colocá-la na escada por mim, daí  subi logo atrás com a outra menor e minha mochila enorme (de mochileiro) nas costas.

Quando tava chegando no topo da escada rolante, peguei a mala da frente e encurvei um pouco pra que ela  saísse sem problemas da escada, mas o esforço foi em vão, porque ela emperrou naquele troço prateado que fica logo no final da escada rolante. No meu desespero pra não levar uma queda, peguei a mala menor que estava ao meu lado pela alça e fui tentar passar (pulando) da mala caída. De novo o esforço foi em vão, porque caí por cima da mala grande e, de quebra, minha outra mala foi junto. Nunca passei por uma cena tão constrangedora quanto essa. Se eu tivesse 1m20cm de perna como a Ana Hickmann, tava frita.

A Luci vinha logo atrás de mim. Resultado? As malas dela caíram junto com as minhas e ela saiu tropeçando por tudo.

Ainda bem que as malas caíram pra frente e não pra trás, porque se tivesse que descer pra pegá-las e depois subir tudo de novo, eu ficaria louca!!

Depois que nos recuperamos da situação, erguemos nossas malas e fomos correndo pro trem, morrendo de rir da situação e sabendo que as pessoas na estação olhavam pra gente por causa da queda.

Enquanto escrevia o texto pro blog! xD
Nosso portão ficava próximo da escada, porque entramos no trem com nossas bagagens faltando ainda 1 minuto e uns segundos pro trem partir. Pegamos duas cadeirinhas bem na porta pra saída do trem, assim pudemos ficar com nossas bagagens sem problema nenhum.

Agora são 15h29, a previsão é de chegar em Niederbronn às 15h58. Agora vou me recuperar da dor nas costas que estou por conta da queda. Só fui sentir depois, porque na hora eu acho que a adrenalina e as risadas fizeram com que eu não sentisse nada!

Indo para Niederbronn - Parte I

O texto a seguir foi escrito às 13h15, dentro do trem que nos levou a Strasbourg.


Fizemos o check-out do hotel hoje às 11h30 e fomos direto para a Gare de L’est, de onde saiu nosso trem para Niederbronn. Na verdade, o trem para em Strasbourg e de lá nós pegamos outro para Niederbronn. Enfim, saímos de Paris hoje às 12h24 em ponto.

Agora bate aquela ansiedade ainda maior e um pouco de nervosismo por saber que hoje chego no meu local de trabalho. Estou contanto as horas pra chegar logo lá e saber o que vamos fazer, quais serão nossos horários e obrigações... Fiquei sabendo que alguém do hotel vai conosco ao banco para criarmos uma conta, só não sei dizer se isso será hoje ou amanhã. Justamente por isso também não tenho o dia certo que começaremos nosso estágio: se já amanhã ou no dia 17 (já que o hotel não abre nos dias de terça e quarta).

Assim que chegamos na Gare, fomos direto procurar o trem que saía para Strasbourg, mas lá ainda não tinha o portão de onde ele sairia, então perguntamos para o Centro de Informações da Gare e a senhora disse que eles só informam o portão faltando 10 minutos para a partida – e ainda era 10h45.

A Luci queria ver uns perfumes, então entramos numa loja para que ela pudesse escolher algum, mas ela resolveu esperar mais um pouco para comprar, porque poderia acabar encontrando um com uma fragrância que gostasse ainda mais. O primeiro que provamos foi o melhor, ele era mais doce, até, mas igualmente forte. Não era um cheiro forte extremo a ponto de dar uma dor de cabeça, mas ainda não abro mão de um hidratante. Perfume sempre me deixa espirrando, além de secar muito minha pele.

Se bem que no metrô a gente sempre passava por umas pessoas que tinham um cheirinho delicioso, como se fosse colônia de flores. Eles geralmente eram fortes, mas um forte suave. Tipo, dá pra você sentir o cheiro de longe, mas o cheiro era suave. Anyways, não sei explicar, só sentindo pra saber.

Assim como tinham essas pessoas com cheirinho maravilhoso, também tinham as que portavam um “perfume” natural, digamos assim, de fazer qualquer um preferir morrer asfixiado a sentir o odor... Teve um dia na sexta-feira (que me esqueci de relatar aqui) que um rapaz despiu sua jaqueta até os cotovelos e usava por baixo uma blusa regata, mas com alças grossas, e abanava as axilas com as mãos.

Poxa vida, queria muito ter ido em direção a ele e dito que ficar tentando jogar ventinho ali não ajudaria em nada a situação. Só não fiz isso porque primeiro eu não queria levar esporro em francês na frente de todo mundo, principalmente sem entender nada; segundo, vai que eu levava de brinde uma bela mãozada na cara, fora os gritos, né?; e terceiro, eu tenho amor à minha vida e não queria morrer por passar tanto tempo prendendo minha respiração – já bastava ter que ficar respirando pelo boca até o trem chegar.

Meu nariz ainda não criou anticorpos suficientes para o péssimo odor de algumas pessoas aqui. Mas, acredite, exageram muito quando falam dos franceses. Vim pra cá com uma imagem não muito boa deles, porque muita gente diz que são mal educados, frios, berram na nossa cara se falarmos em inglês, dentre várias outras coisas, mas fui surpreendida com tudo o que vi quando cheguei aqui. Os franceses são lindos, educados, super simpáticos e prestativos, e só senti odor em três pessoas no metrô, algo que se encontra facilmente no Brasil também.

Pois bem, voltando à Gare e à nossa viagem a Strasbourg (tenho a ligeira impressão de que fugi um pouquinho do tema ali em cima hehe). O tempo passou super rápido e num instante deu 12h14. Os franceses são super pontuais (outro ponto a favor deles), exatamente 10 minutos antes da nossa partida, apareceu o portão por onde deveríamos entrar, o 6.

Chegando no vagão, a gente quase surtou, porque cada uma tá levando duas malas e uma mochila, mas lá não parecia ter espaço algum para pormos as malas, apenas nossas duas cadeiras. Anyways, carregamos todo aquele peso pra dentro do trem, foi quando encontramos um pequeno bagageiro logo na porta do nosso vagão (e nossas cadeiras, a 63 e a 64, também fica bem na porta). O único problema é que já tinha um bocadinho de malas.

Nós passamos alguns minutos, uns cinco, mais ou menos, subindo e descendo mala, empurrando uma e tentando colocar outra, mas elas sempre caíam. Eu comecei a rir, porque a cena de nós duas se escorando na mala fazendo força pra ela entrar no bagageiro devia ser divertidíssima para os que apenas assistiam ao show de horror.

Um cidadão muito distinto, vendo nosso esforço pra guardar as malas e percebendo que não éramos de lá, pegou nossas malas e organizou tudo pra nós. Ele chegou falando em inglês com a gente e oferecendo ajuda. Acho que o pessoal no vagão já devia estar aguniado comigo e Luci abrindo e fechando a porta do vagão pra transportar as malas que estavam lá para o bagageiro, que fica na porta do vagão, mas do lado de fora.

Assim que sentei aqui na minha cadeira, já fui tirando o casaco, que nem a Luci, porque fizemos tanto esforço que suamos. Bom que já dá pra queimar algumas calorias, né? Hehe

Luci tá aqui do meu lado, por sinal, ouvindo música e lendo um livro em inglês chamado French Lessons, de Peter Mayle. O livro fala sobre a cultura francesa, as comidas e coisas assim. Enquanto isso eu fico aqui escrevendo, ouvindo músicas que cantam muito lá na minha igreja e orando a Deus para que tudo dê certo nesse estágio.

É a primeira vez que saio de casa para passar um tempo tão prolongado sem ser pra estudar, mas trabalhar. Fora os estágios que fiz na Castelli, não trabalhei em nenhum outro local, a não ser no posto do papai e, mesmo assim, não foram muitas vezes, apenas alguns dias.

Nunca trabalhei num hotel e restaurante de luxo como esse e fico pedindo a Deus para que não cometa nenhum erro grave, para que eu entenda direitinho o que meus colegas de trabalho e o chef falarem e para que eu permaneça fiel na fé, sem manchar o evangelho ao agir de forma imatura ou egocêntrica.

Tenho colocado minha vida diante de Deus diariamente e pedido para que Ele me afaste de todo o mal. Sei que meus dias serão como os de Davi em Salmos: uns mais difíceis, outros, nem tanto; uns mais eufóricos, outros mais calmos.

O que me tranqüiliza é saber que não importa o que aconteça, por mais que eu sinta vontade de chorar de saudade, raiva ou tristeza em algum momento do estágio, sei que vou poder contar com alguém que está do meu lado sempre, inclusive agora enquanto escrevo: Deus.

E tudo o que eu faço todas as manhãs, todas as noites e em qualquer outra momento em que fecho os olhos e converso com Deus, é fazer como Davi: rogar para que Ele me proteja de todo mal e não me desampare.

“Faze-me saber os teus caminhos, SENHOR; ensina-me as tuas veredas.
Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia.
Lembra-te, SENHOR, das tuas misericórdias e das tuas benignidades, porque são desde a eternidade.” Salmo 25: 4-6

Chegando em Paris! - Parte II

Chegando no Hotel Classics Bastille, onde nos hospedamos, fomos direto para o quarto, tomamos um banho e saímos para comprar nossa passagem de trem para Niederbronn pro domingo, dia 13, às 12h24.

Além da compra da passagem, também nos programamos para conhecer os arredores da Place de Bastille, que fica perto do hotel. Como nos foi informado que essa passagem de trem poderia ser comprada em qualquer estação de metrô, resolvemos parar na primeira estação que aparecesse. Assim que chegamos na estação que não lembro o nome, a parte onde compramos tíquetes estava completamente inóspita.

Lá fomos nós subir as escadas dessa estação para procurar outra. Encontramos uma criança e uma senhora, então resolvemos perguntá-las onde ficava a próxima estação. A criancinha deu um daqueles risinhos maquiavélicos que só criança mesmo consegue reproduzir e disse “a próxima estação é longe, hein?”, depois deu um monte de direção pra gente seguir. Seguimos as direções dadas e, antes de acabá-las, encontramos uma estação de metrô. Sabia que essa criança tava pregando uma peça na gente!

Anyways, não adiantou muito a empolgação por encontrar essa estação, porque na bendita tinha uma pessoa vendendo tíquetes, mas ela nem sequer sabia da existência de Niederbronn. Como ela não foi de grande ajuda, resolvemos pegar o trem lá mesmo para a Gare de Lyon. Lá na Gare ficamos completamente perdidas, e isso já era mais ou menos 20h. Depois de subirmos e descermos um monte de escadas, ir pra direita, quando era pra ir pra esquerda e ir pra esquerda quando deveríamos ter ido pra direita, finalmente encontramos um quiosquezinho de informação.

O senhor que trabalha lá foi super atencioso e nos mostrou como chegar no local onde vendiam as passagens que buscávamos, que era lá mesmo na Gare de Lyon, ainda bem! A fila era pequena e fomos atendidos por uma mulher super legal e paciente pra nos explicar tudo direitinho num francês bem lento pra compreendermos.

Sem contar que ela morria de rir sempre que a gente falava. Eu disse que queria um trem pras 12h24 e ela entendia que era pras 14h24. Passei um século dizendo “non, non! Douze et vingt quatre!”, mas ela entendia “deux et vingt quatre”. Depois de perceber a inutilidade das minhas tentativas, mostrei o papel que imprimi em casa com os horários dos trens. Foi quando ela finalmente me entendeu, deu uma risada, e ajeitou nossas passagens.

Praça da Bastilha
Ah, lembrei o nome da estação onde pegamos o trem pra Gare de Lyon, foi a da Bastilha, porque aproveitamos pra bater umas fotos por lá.

Enfim, depois que compramos as passagens, voltamos para o quiosque de informações da Gare de Lyon e perguntamos para o mesmo senhor como fazíamos para voltar pro hotel, que fica na Rue de Charonne.

Até essa explicação, eu e Luci nos perdemos várias vezes pelos diversos metrôs que pegamos em busca nessas passagens. Depois dela, nossa vida mudou, tudo ficou perfeito porque aprendemos a andar de trem em Paris como verdadeiras parisienses.

Acho até que nosso ano na França pode ser dividido em AE e DE (antes da explicação e depois da explicação). Sério mesmo, o senhor até imprimiu uma folha com o mapa da cidade e escreveu nela cada terminal que deveríamos pegar. Guardei essa folha de lembrança, porque ela (e o senhor do quiosque de informações) salvou nossa vida e poupou muita dor de cabeça e perda de tempo em Paris!

Chegando na estação de Charonne, tudo o que tínhamos a fazer era andar um bloco à nossa frente, dobrar à direita e nessa mesma rua já era o hotel. Se tivéssemos perguntado para alguém na rua, teríamos chegado rapidinho ao hotel, mas, não, não perguntamos, porque estávamos nos sentindo a tal por termos andamos de metrô, como se isso fosse um sinal de que também saberíamos andar pelas ruas de Paris à noite sem problema nenhum.

Espertas como somos, erramos completamente o percurso. Andamos um bloco à nossa direita, depois andamos mais outro bloco no sentido contrário ao hotel e, em seguida, andamos mais um bloco a direita de novo. Paramos numa esquina e resolvemos dobrar, mais uma vez, à direita. Adivinha quantos blocos andamos? Mais um. Adivinha onde chegamos? Na santa estação Du Charonne, nosso ponto de partida.

Ficou óbvio para nós que andamos em círculo. Foi nesse momento que apareceu aquela luzinha em cima das nossas cabeças. Nós tínhamos um mapa! YAY! Por que não olhamos antes??? Anyways, abrimos o mapa e vimos a tonteria que havíamos feito. Foi quando finalmente chegamos ao hotel.

Ao chegarmos lá, era outro recepcionista que nos aguardava. Assim que abrimos a porta, ele já sorriu e perguntou se éramos brasileiras. Não sei como ele conseguiu adivinhar isso, já que quando abrimos a porta, não estávamos conversando. Acho que ele olhou na ficha dos hóspedes que haviam chegado.

Quando dissemos que sim, ele falou que era português e começou a falar no nosso idioma. Essa foi a primeira vez que não tive dificuldade de entender o português de Portugal. Não sei como.

Não perguntei o nome dele e me arrependi de não tê-lo feito, porque queria muito saber como se chamava. Ele foi super receptivo conosco e, inclusive, pegou um mapinha de Paris que o hotel oferece e nos apontou todos os pontos turísticos que deveríamos conhecer, mostrou como deveríamos chegar lá e quais linhas de metrô pegar.

Ele circulou tudo com um marca-texto verde e entregou o mapa pra gente. Depois disso, subimos exaustas para nosso quarto, falamos com nossas famílias pelo skype e fomos dormir ansiosas pra conhecer Paris no outro dia!

Subway!!
PS: No dia seguinte, que reportarei mais tarde, usamos tanto as informações dadas por ele que o mapa ficou até desgastado. Guardei de lembrança!

PS 2: Encontrei um Subway já no primeiro dia em Paris. Tem presente melhor que esse?

sábado, 12 de março de 2011

Chegando em Paris! - Parte I

Andei um tanto sumida esses últimos dias, mas não foi por falta de notícias para dar. Acontece que levei meu notebook pra um check-up antes da viagem e isso me fez ficar sem ele por dois dias. Depois disso, em pleno carnaval, ele resolveu dar problema de novo e tive que reformatá-lo pela segunda vez em menos de uma semana.


O único problema é que como meu note resolveu dar prego logo num feriado, não tinha praticamente ninguém trabalhando e todas as lojas só abriam na quarta-feira de tarde (e minha viagem era na quinta!). Acabei comprando um note novo, dessa vez realmente bom, porque fui com meu primo que entende dessas coisas, diferente de mim que não entendo nada, então qualquer um parece bom.

Anyways, depois de muito tentar, conseguimos falar com o Bonfim, que ficou de ir à minha casa na quinta-feira às 9h pra instalar alguns programas no meu notebook novo e recuperar meus arquivos do note velho. O Bonfim foi a minha salvação, porque ele vive ocupado e, mesmo assim, foi lá em casa resolver todo esse caos antes de eu viajar.

Era ele mexendo no meu note e eu e mamãe terminando de organizar as malas e nos arrumando pra viagem. Uma correria só!!

Com meus primos lindos! Faltando só a Ina.
Alors... Cheguei ao aeroporto de Fortaleza ontem às 15h pra viagem, fiz o check-in, despachei minhas malas e fiquei o tempo restante com minha família que foi se despedir de mim no aeroporto.

Antes de chegar ao aeroporto, papai me chamou no escritório dele pra conversarmos e foi uma das melhores conversas que tive com ele nessas férias. Não foi assunto trivial, como de costume, talvez por isso tenha gostado tanto.

Papai se despediu de mim junto com minha família no aeroporto de Fortaleza, enquanto mamãe foi comigo até São Paulo. Como eu fui com ela nessa primeira parte da viagem, acabei nem chorando.

Foto batida pela Fran no avião da TAM: Luci e eu!
Assim que chegamos ao aeroporto de Guarulhos, fui direto procurar o portão 14, onde me encontrei com a Luci e, então, fizemos outro check-in para embarcarmos no avião pra França.

Eu estava tranquila até o momento em que cheguei em SP e tive que me despedir da mamãe. A ficha ainda não caiu totalmente, mas começou a cair a partir daí. Mamãe orou abraçada comigo e isso me acalmou, só que ainda sinto um aperto cada vez que me lembro dela acenando pra mim enquanto eu estava na fila de embarque internacional.

Meus pais maravilhosos!
É difícil ter que dar um “até próximo ano” pra uma pessoa que você ama tanto, como é o meu caso em relação à minha melhor amiga, minha mãe. Igualmente difícil é pensar no pai maravilhoso que eu tenho e não escorrer lágrimas do meu rosto.

Mas nem só de saudade vive o homem, não é? A viagem no avião foi ótima! Foi uma das melhores viagens que já fiz, porque o céu tava bem limpo e mal tivemos turbulência durante as 11 horas de vôo. Não consegui pregar o olho na viagem, minha adrenalina tava a mil, então passei o tempo todo vendo meus vídeos no notebook e assistindo a alguns filmes na televisãozinha de frente pra minha poltrona.

A TAM me surpreendeu. Nunca tinha feito um vôo internacional com ela e eu adorei o tratamento deles com os passageiros. O serviço era excelente, a comida também era muito boa e a estrutura do avião também.
Nesse vôo conhecemos uma gaúcha chamada Franciele. Ela trabalha pra uma empresa no RS e foi passar 10 dias trabalhando na França representando a empresa dela. Essa não foi a primeira vez que ela veio pra cá a trabalho e, inclusive, conheceu o atual namorado dela aqui.

Na fila para o embarque no avião que nos levaria à França, tinha uma mulher que receio ter sido impedida de viajar, porque ela não portava nenhuma identidade com ela e dizia que morava na Bélgica fazia sete anos e trabalhava lá como advogada, mas não tinha nenhum comprovante disso. Anyways, o bafafá foi grande! Hehe

Quando chegamos em Paris, passamos pela alfândega (graças a Deus foi super tranqüilo e não perguntaram praticamente nada) e fomos pegar nossas malas. O único problema foi que saímos da sala de desembarque e deixamos nossas malas na esteira! Foi uma novela para recuperarmos. Formos até um stand sobre informações do aeroporto, falamos com a moça que tínhamos esquecido nossas malas na esteira e pedimos para voltar. E não é que ela deixou sem problema nenhum?

Depois de voltarmos para a sala de desembarque e pegarmos nossas malas abandonadas, saímos de novo e fomos procurar um táxi. O problema é que o aeroporto de Paris é tão grande que nos perdemos e ficamos subindo e descendo elevadores milhões de vezes e perguntando para várias pessoas onde podíamos pegar um táxi, mas ninguém nos dava uma resposta satisfatória.

Mais de 40 minutos depois, um taxista andando pelo aeroporto percebeu que precisávamos de táxi e então se ofereceu para nos levar. Fomos conversando com ele até o hotel onde ficaremos esses dois dias.

Mas nossas aventuras por Paris não acabam por aí. Hoje passamos por umas poucas e boas também, mas relatarei apenas amanhã, visto que já passam da uma hora da manhã aqui e eu preciso ir dormir para acordar cedinho e passar o dia todo batendo perna em Paris com a Luci.

Au revoir, people!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Uma semana pra França!

Falta exatamente uma semana para minha viagem à França! Meu coração já não agüenta mais de tanta ansiosidade. Quero ver logo o hotel onde vou trabalhar, saber como será minha rotina, conhecer as pessoas da cidade, comprar minha bicicleta, vivenciar uma cultura completamente diferente... Eu quero tanta coisa!

E pra completar meu estado de êxtase, vou ficar em Paris por dois dias antes de começar o estágio! Pra quem teve a assoladora notícia de que não daria tempo viajar antes do estágio, ter dois dias pra bater pernas em Paris é como ir à Disneyland, receber a notícia de que não veremos nenhuma princesa, mas depois nos depararmos com a Branca de Neve: ela não é lá uma Cinderela, mas não deixa de ser uma princesa.

Alguém conseguiu entender minha comparação? Porque eu posso explicar melhor se quiser. Tipo, ver a Branca de Neve, mesmo ela sendo uma princesa totalmente apagada e não ser a preferida de ninguém, ainda é melhor do que não ver princesa nenhuma. Ficar em Paris por dois dias não é lá muito tempo, mas ainda é melhor do que simplesmente não ficar em Paris.

No caso, Paris por dois dias seria a Branca de Neve, não ficar em Paris seria não ver princesa nenhuma e ficar em Paris por uma semana seria ver a Cinderela. Apesar de que a Cinderela nem é a minha preferida, só usei o nome dela porque é uma das únicas conhecidas entre todo mundo, mesmo entre os que não são muito fãs das princesas da Disney. Princesa por princesa, sempre gostei mais da Ariel e da Jasmin. Gosto da Mulan também, mas ela não é princesa, então não conta.

Enfim, voltando ao assunto: Paris! Eu e Luci ficaremos num hotel próximo à Praça da Bastilha e do Cimetière du Père Lachaise, onde estão enterradas figuras como Chopin, Jim Morrison e Oscar Wild.

Pra encontrar esse hotel foi praticamente um trabalho de parto elevado à décima potência. Nunca vi uma cidade tão lotada de turistas quanto Paris! Se bem que foi um pouco de audácia da minha parte – ou ignorância, melhor falando – achar que conseguiria um hotel assim tão fácil. Paris vive rodeada de turistas. Pra se ter uma noção do que estou falando, em 2009 Paris recebeu 27 milhões de viajantes, enquanto todo o Brasil recebeu ínfimos 4,8 milhões. Humilhante, não?

Alors, o itinerário já ta praticamente todo feito! Só não vou colocar aqui pra não estragar toda a surpresa das fotos e filmagens que eu e Luci faremos em Paris. Sem contar que não quero passar o vexame de colocar aqui um monte de lugar que vou conhecer e acabar não conhecendo nem metade, que é provavelmente o que vai se suceder.

No domingo ao meio-dia nosso trem parte rumo a Niederbronn, onde alguém do Hotel ficou encarregado de ir nos pegar. Ainda não sei o local que vamos nos encontrar com a Gio, se na rodoviária de Paris ou de Niederbronn.

A Gio é a mais aventureira de nós três, então já foi pra Alemanha passar esses dias antes do estágio!

Agora é aproveitar essa última semana com a família e os amigos, comprar os últimos materiais que precisam ser adquiridos e finalmente arrumar a mala! Hoje mamãe e eu já ensaiamos a arrumação das malas, pra ver se tudo cabia direitinho nela, mas tá até sobrando espaço, porque mal to levando roupa.

Mamãe resolveu ir até São Paulo comigo e de lá ficar com meu irmão por uns dias. Chorar só no aeroporto não é suficiente pra nós duas, então por que não prolongar o berreiro por mais algumas horinhas, né?

Outra boa notícia é que depois de quase entrar em estado de putrefação pelos séculos que fiquei correndo atrás de uma sandália pro meu pé, finalmente encontrei uma que servisse.

No meu primeiro dia de estágio bato uma foto da minha salvadora e posto aqui! Com certeza vou cuidar dessa sandália como se fosse a coisa mais importante desse mundo. Não é todo dia que encontro uma sandália que não estraçalhe meu pé assim que fico de pé.

Anyways, that’s all for today, I guess! Au revoir, mes amis!